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Ansiedade

  • Ana Monteiro
  • 21 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura



A sintomatologia ansiosa é, neste momento, o motivo mais frequente de procura de consulta psicológica.

E é também interessante perceber, na primeiro consulta, que a decisão de marcação foi adiada meses ou anos na esperança de ultrapassar este desconforto de forma autónoma. O que é legítimo; em primeira instância deveremos sempre ativar as competências psicológicas que nos auxiliam na superação da dificuldade presente. No entanto, deveremos ter atenção ao risco que assumimos ao protelar uma situação de desconforto emocional exacerbada.

Se é o seu caso, permita-me que lhe mostre outras perspectivas acerca da sua ansiedade.

A ansiedade mostra-nos sempre algo: ou que existem medos (podem até ser inconscientes); que há uma decisão que sente necessária mas adia; que há um ritmo ou exigência (interior ou exterior) que não consegue dar resposta; que os acontecimentos e as circunstâncias do momento lhe parecem avassaladoras; que não consegue exteriorizar as suas emoções; que passou por um acontecimento traumático ou simplesmente a ausência de estabilidade ou receio de um futuro incerto.

Naturalmente dependendo do motivo, poderemos assumir diferentes caminhos.

No entanto, note que a ansiedade instala-se quando a percepção de controlo da nossa vida se perde ou quando cavamos um fosso e nos distanciamos da nossa vivência psicológica e ignoramos as respectivas necessidades emocionais (nesta altura nem nos é possível perceber os motivos plausíveis para a ansiedade). Poderíamos explorar esta necessidade de controlo; haverá fatores externos que a propiciem? Por exemplo, se está numa relação abusiva, estes sintomas são protetores, eles alertam para a necessidade de fuga!

Se o medo é de um futuro incerto então a nossa dificuldade maior é a de viver o momento presente, que é, em última análise o único que controlamos verdadeiramente.

Aquilo que lhe queria mostrar, é que não existem soluções universais para a ansiedade. A sua frustração quando coloca em práticas dicas e estratégias que não surtem efeito tem um impacto avassalador na sua auto-estima e agravam o seu quadro emocional.

Por exemplo, quantas vezes por sugestão de amigos e familiares não tentou meditar quando se sente ansioso? Compreendo que se tenha sentido mal e atrevo-me a concluir que foi uma experiência de fracasso que interiorizou. A meditação deveria ser usada de forma preventiva, não em crise.

Resumidamente: a sua sintomatologia de natureza ansiosa é um sinal de alarme. Repare, não é por desativarmos a sirene dos bombeiros que o incêndio se extingue. O sintoma é a expressão do desequilíbrio; portanto há uma história clínica a analisar.

Existem provavelmente padrões emocionais que sustentam esta resposta, e há necessidade de um processo de reconstrução emocional que é proporcionado e facilitado em acompanhamento psicoterapêutico.

Abdique de pensos rápidos e permita a exteriorização das emoções que tem vindo a inibir; o que elas lhe mostram?



 
 
 

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