Realização Profissional
- Ana Monteiro
- 18 de jun. de 2021
- 2 min de leitura

Nas últimas décadas existe uma expectativa geral face ao investimento profissional em termos de tempo, disponibilidade e empenho. Aos olhos de muitos, quantas mais horas dedicarmos ao trabalho bem como quanto mais disponíveis estivermos, melhor desempenharemos a nossa função; supostamente mais produtivos seremos. Portanto, por um lado os indicadores de empenho na avaliação externa passam pelo número de horas e a disponibilidade demostrada e por outro a avaliação interna passa pelo grau de cansaço sentido.
É certo que grandes empresas, mais atentas e sensíveis aos resultados de investigações nesta área, já começaram a introduzir grandes mudanças no contexto laboral, permitindo maior gestão do tempo por parte dos trabalhadores e um ambiente propício ao seu bem-estar e motivação.
Mas infelizmente esta leitura continua muito presente. Assim, seremos óptimos profissionais se no final do dia o balanço for demasiadas horas de trabalho; ter correspondido a todas as solicitações laborais, ainda que estas tenham interrompido momentos familiares ou de auto-cuidado, e nos sintamos verdadeiramente cansados.
Note que aquilo que hoje sabemos é que seremos muito mais bem-sucedidos se estivermos verdadeiramente motivados e felizes.
Gostar do que se faz permite-nos um sentimento de realização muito intenso e empoderador que se amplia a todas as áreas de vida. Da mesma forma, quando não estamos bem em algum dos nossos papéis, também os outros serão afectados.
Portanto, aquilo que lhe quero validar é que sim faz sentido não deixar de procurar um trabalho no qual se sinta realizado. Aquele que lhe dará tanta satisfação como a sua actividade de tempo livre preferida. Acredito que essa seja uma das tarefas mais árduas; reconhecer a nossa vocação, conseguir que se alinhe ao nosso trilho, materializá-la e conjugá-la com todas as áreas de vida.
E sim faz sentido colocar limites às exigências profissionais; faz sentido “desligar” ao fim de semana ou nos dias que ache conveniente. Só estará a respeitar-se e a dar esse exemplo a quem o rodeia.
Considero que o assumir das prioridades (a nós próprios bem como a quem nos acompanha a nível profissional) optimiza a produtividade porque nos protege do efeito nefasto do sentimento de culpa constante; dizer não a uma solicitação profissional, para o momento que tinha disponibilizado à família não o irá prejudicar, esses nãos podem até se mostrar valiosos no futuro. Determinadas circunstâncias são também desafios à nossa auto-estima e às nossas crenças.
Em jeito de conclusão gostava que recordasse que a profissão tem um espaço na sua vida, ela não é a sua vida e que se lhe trouxer satisfação então cumpre o seu propósito, fazê-lo sentir-se realizado e feliz.
Todos os dias a vida disponibiliza-lhe inúmeros caminhos, cabe-lhe a si escolher aqueles que respeitarão quem é e o quer.






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