Seja autor da sua história

Proponho-lhe uma reflexão…

Sugiro-lhe que veja a sua vida como uma história que está a contar e da qual é autor. Todos os dias escreve um pouco do seu conto, com maior ou menor entusiasmo, mas aquilo que lhe peço é que tome consciência do processo. As decisões que tomo eu escrevo-as no meu livro, naquele livro no qual narro a minha história. Como é o seu livro? Eu tenho uma imagem mental do meu e ele é especial. Crie a sua, que ele seja perfeito aos seus olhos. Se neste momento a imagem que lhe surge é de um livro mal tratado, é possível que não esteja a reconhecer este seu papel. É uma função demasiado importante para que se demita dela. É possível que a sua personagem esteja só em modo sobrevivência. Demore-se na reflexão se se identificou com este cenário. Permita-se perceber em que momento desistiu da sua história, do seu livro. É natural que se sinta ansioso e com alguns medos. Sugiro-lhe que procure o seu livro, lhe sacuda o pó e o restaure, escreva um novo capítulo no qual esteja verdadeiramente presente.

Este é o momento perfeito para se assumir como autor da sua vida porque esse livro é de facto precioso e é necessário que o trate como tal. Note como é imperativo que seja a personagem principal, não se contente com papéis secundários. Se sente esta tendência, a de delegar decisões nos outros, note como permite que a sua vontade e ação se condicionem aos desejos alheios. Nesta altura seria útil perceber se em algum momento entregou o seu livro porque se o fez não vai reconhecer a tinta que nele corre nem o traço que molda o caminho a percorrer e consequentemente é provável que se sinta desconfortável. Sem pedir permissão e sem culpas recupere o seu livro. Permita que a sua escrita seja tão segura quanto a vontade de assumir a condução da sua vida. Note como condicionar as suas decisões às expectativas dos outros é igual a entregar-lhes o seu livro, aquele que lhe é precioso, e dar-lhes o poder de decisão do seu futuro, como se aceitasse colocar uma venda nos olhos e apenas torcer para reconhecer o seu sentir no percurso traçado por outra tinta que não a sua.

Sempre que sentir dúvidas quanto à genuinidade das suas decisões ou à sua integridade emocional feche os olhos e visualize o seu livro. Está consigo? Bem tratado? Tem sido o autor dos últimos acontecimentos? Revê-se na personagem principal?

Estas são algumas questões que o podem orientar na sua reflexão.

A boa notícia é que vamos sempre a tempo de reaver o nosso livro e/ou escrever um novo capítulo!